
Nos últimos dias, Brasília vem vivendo um ambiente de crescente tensão entre o Palácio do Planalto e os militares, de um lado, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de outro.
Uma vez que a reunião ministerial, em que Jair Bolsonaro e o ministro da Defesa atacaram o TSE e as urnas eletrônicas e a live em que o presidente fez uma fala nebulosa, resultou numa intensa movimentação de bastidores.
No entanto, ministros, parlamentares e juristas temem que esses episódios sejam o prenúncio de mais uma onda de radicalização do bolsonarismo, com risco à própria realização das eleições presidenciais, e com isso visam reabrir a interlocução entre a corte eleitoral e os militares. Porém, até agora, não obtiveram nenhum sucesso. Já que os militares não abrem mão da realização de uma reunião só entre eles e a corte para discutir os pedidos das Forças Armadas em relação ao pleito deste ano.
Contudo, os militares disseram que não abririam mão de dois pontos, independentemente de qual for o resultado dessas conversas. O primeiro deles é que seja feita uma espécie de totalização “paralela” dos votos, que seria feita de forma descentralizada, pelos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do País, em paralelo à do TSE. Já o outro, é a realização de uma auditoria por uma empresa indicada pelo próprio governo.
Além disso, uma quarta condição, sem lógica nenhuma foi imposta por Bolsonaro. O presidente quer que um computador das Forças Armadas seja conectado ao sistema do TSE para apurar os votos por conta própria. Entretanto, nem mesmo ele sabe explicar como isso funcionaria na prática.